sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Jornal (o que o âncora do telejornal pensa no ar) kkkkkkkkkkk


                Olá, estamos mais uma vez aqui, neste mesmo canal, neste mesmo horário para apresentar este mesmo programa de tv. Sou o mesmo apresentador de todos os dias e estaremos apresentando as mesmas fatalidades de sempre, mas com alguns personagens alterados. Recebemos o mesmo salário de sempre, temos o mesmo quadro de funcionários de sempre e olho para a mesma câmera como mesmo câmera-man de todos os dias para o começo do programa já que todos os dias começo com ela mesma, e agora muda para a outra, um pouco mais focada. Leio o mesmo de sempre, com o mesmo medo de vocês perceberem que o meu olho mexe lendo o texto, afinal, estamos no começo do jornal e tenho que jogar às pessoas que estão assistindo um resumo do que vai acontecer hoje, quais as reportagens repetidas, os mesmos casos de indignação pública, os mesmos assassinatos, os corruptos, umas matérias sobre culinária, previsão do tempo que sempre são as mesmas, e , confesso, não são nem necessárias, já que todo mundo sabe, não é mistério. E assim começo: lendo aquilo que todos os dias escrevo antes de me maquiar, de me arrumar, de passar pelas mesmas salas antes de vir para a mesma cadeira, colocar a mesma senha neste computador que desde o começo do meu trabalho nesta mesma emissora uso. Agora, o câmera vai, como sempre, dar um zoom pois a notícia que eu estou dando não é das melhores, me cortar e um operador lá de cima vai dar play a uma gravação que eu mais cedo, narrando, indignado fiz. Vou ficar aqui ensaiando as próximas falas para eu não gaguejar e não fazer feio, até por que foi difícil chegar onde eu cheguei. Aí o câmera faz o mesmo movimento chato com a mão, acho que inclusive é um toque dele, que chega até a estralar os ossos, nem sei, mas faz um barulho inconveniente, e mais uma vez penso em falar isso a ele, mas o tempo é curto e como sempre não dá para dizer nada pois no monitor já aparecem as minhas próximas falas que eu estava lendo nos papéis que estavam na minha mão. Aquele mesmo nervosismo de sempre que, por mais que eu estivesse naquele estúdio há muito tempo, eu sempre teria aquela mesma pontinha de apreensão de antigamente. E volta, como sempre, ao vivo, na minha cara boba de sempre, com mais uma notícia trágica que eu tenho a certeza que mais uma vez aconteceria, e tenho a certeza de que não seria a última vez que eu passaria aquilo, como uma bomba, um atentado, um assassinato a um juiz, etc. Aí sempre tem aquele pensamento de mandar todo mundo à merda, eu não sou nem obrigado a aturar notícias e reportagens diariamente... Aliás, eu sou obrigado sim, eu recebo para que este jornal aconteça, que eu esteja vendendo diariamente meu rosto, meu busto, sei lá, à vocês. Já sei! Caros amigos, vocês que acompanham este telejornal há tanto tempo, se atentem a uma só noticia: Cansei!! Me demito!! Claro que eu não falei isso, mas é que o câmera fez outra vez aquele negócio na mão, teve um barulho infernal no meu fone que eu nem posso reclamar pois tem um monte de gente me assistindo, deu uma pontada nas costas... E ainda tem mais: Estou com prisão de ventre e prendendo um pum desde que eu entrei neste estúdio, no elevador foi um horror. Estou de mau humor e sei que quando eu chegar em casa, nem a comida vai estar na mesa porque eu briguei, quebrei foi tudo lá. Quebrei mesmo, nem quis saber. Claro que no sentido figurado, que eu não estou nem ficando doido... E lá vem mais coisas erradas na tela pra eu ler. Caramba, o cara que passa o que eu escrevo por acaso é analfabeto? Tem ele algum problema sexual? Acho que o diretor, aquele viado, pode resolver o problema dele, sempre desconfiei das olhadas que ele me dava, aliás, que ainda me dá. Poxa, eu sou o âncora deste jornal, devo ser bonitinho, mas não devo ser viado, pelo amor de Deus... Onde estava com a cabeça quando o cara que escreve no closed caption colocou pra eu falar que o presidente da república de país tal não queria acordos diplomásticos? Caramba, ele escreveu diplomásticos! Eu não tenho a letra feia... Tenho a letra linda por sinal, morri de escrever na faculdade, e todo mundo entendia o que eu escrevia, por que esta anta não entende? Me diga!! Eu quero só ver esta maricona deste diretor olhando de novo pra mim, se eu estiver no intervalo ou não estiver aparecendo dou uma na lata dele. Baitolagem... O câmera de novo? Cara o que ele tem na mão? Um frivião, uma deficiência? E este outro câmera, lesado que só ele, tem que ensaiar a posição, como pode? Tem apenas três câmeras num espaço enorme, e ele ainda precisa ensaiar antes do programa, e o pior, ainda erra, tanto que é pouco solicitado. Detesto quando faço isso. Oitocentas e quarenta e cinco folhas na minha mão e eu invento de perder justamente a deste bloco. Parabéns! Acho que eu deveria ao invés de apresentar estar substituindo o câmera lesado e seus trupicões, tremendo a imagem por passar em cima dos fios... Sei não.. E esta emissora? O dono morreu, o presidente tem quatrocentos anos e está como pé na cova. Lá vem a mulher do tempo mal vestida que só ela, onde é que estava a cabeça deste diretor dos infernos quando contratou esta mulher por achar que ela entendia de meteorologia? Ela está lendo... Me dê o texto que eu faço melhor, e não gagueje não! Ela deve me detestar, eu sempre brinco com ela no ar para parecer mais descontraído o quadro, e ela sempre faz aquela cara de quem comeu e não gostou, aliás de quem foi comida e detestou, também, filha, cadê a bunda? Cadê os peitos? Sempre usando o velho pretinho básico, não é? Ah, não me diga que no nordeste não vai chover... Que surpresa! Uma frente fria vindo do atlântico! Brincar hoje não, se não lá vou eu ser ferino. -Obrigado, peso de papel. O mais incrível que as pessoas, pelo menos eu acho isso, pensam que eu sou bipolar: começo o jornal com uma cara de enterro e termino de bem com a vida. Parece que até é um desabafo. Olha só, já estou com outra cara, esqueci que foram assassinados cinco de uma vez na Bahia, esqueci do bebê achado no lixo no recife, esqueci que no Iraque está uma putaria, e agora estou bem feliz dando dicas de como emagrecer, e some mais uma vez a minha imagem do monitor, volto eu àquele antro de tocs e de gente tosca e cheia de ziqueziras. Contrarregra vem com pó para eu retocar uma manchinha, chego até a cruzar as pernas numa posição de baitola e o diretor me olha esperançoso. Eu rio. Retocadíssimo e belo, pego os últimos cento e cinquenta papeis do ultimo bloco dou uma lida rápida, lembrando que tiveram comerciais durante isso tudo, até porque eu tinha que soltar meus belos puns. É bom que quando estamos no ar, todos os funcionários ficam empenhados a apenas aquilo, é uma loucura, pode acontecer até um assassinato nos banheiros ou nas dependências que ninguém nem se dá conta. E lá tinha ido eu peidar. Queria saber se eu fizesse a sacanagem de ir e não voltar... Eu iria rir demais. Voltando dos comerciais malditos (bem que este calvário podia ser de uma só vez ), mostro o cume de minha bipolaridade: estou feliz, radiante, sou a pessoa mais bem resolvida do mundo e amo todos ao meu redor por que eu dou dicas a você, consumidor! Abra o olho e não dê dados pela internet ou telefone, seu jumento, tapado, você se der seus dados vai estar assinando a sentença de que é a criatura mais retardada que já passou por esta terra, seu imbecil.  Agora, com a cara ainda mais feliz, como num desenho animado, falarei para a população de  um país subdesenvolvido, aliás, em desenvolvimento (só se for de novas drogas) como é maravilhoso viver num país desenvolvido, no nosso quadro especial onde exploramos a riqueza dos melhores países do mundo. Assistam e fiquem realmente bestas seus... Imagino uma criança do buxão, remelenta, cheia de piolhos e impigens vendo a Suíça, sua pontualidade, seu chocolate e sua gente bonita... O que é que tem a ver, Jesus? O estúdio em transe por achar além de ser a coisa mais maravilhosa do mundo, uma possível indicação a qualquer prêmio desses promovidos pela própria emissora. Voltando à mim faço qualquer comentário do tipo: -Muito bom, heim? - ou - Um exemplo de economia que deve-se seguir- ou até - viram seus imbecis como não tem nem comparação?- O Telejornal termina por aqui, tenham um ótimo resto de dia, e até amanhã.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

um lunático.. (kkkkkkkk)


: é quando não se espera muita coisa que as piores acontecem... Dito e quase feito. O centro da cidade é um lugar que se reconhecem os mais (e menos) hilários transeuntes de todo um povo. É lá que sentimo-nos perdidos numa selva de pedras decadentes pra ser bem clichê onde a localização básica e ponto de encontro principal são as praças, provando a natureza preguiçosa de uma comunidade, mano... Nesta tarde havia eu declinado da ideia de querer fazer alguma coisa útil na minha vida, dito, e claro que não feito: saí sem destino certo, o centro, e fiquei bestando (expressão utilizada para designar uma pessoa que esta a esmo, sem foco, ou que tem sérios problemas sexuais e que fica nas praças da cidade querendo um divertimento a todo custo). Não era o meu caso neste dia. Havia ido para ficar sentado. Existe argumento melhor? Vou a praça da cidade ficar sentado olhando aquela ruma de gente feia passando de um lado para o outro, me estressando pelos do meu lado sentados que ficam tirando melecas de orifícios ou falam alto enquanto comem e jogam restos de comida em cima da primeira pessoa que estiver a seu lado, no caso, eu. Havia eu me sentado. Estava eu lá. Com uma cara mais hibrida ou metódica possível. Não queria que nenhum ser vivente neste mundo com capacidade de puxar conversa chegasse do meu lado e fizesse o para que veio. Estava ali somente e queria que fosse eu a pessoa mais invisível possível tenho dito o meu humor naquele dia que só me deixava ser direto com alguém quando me perguntavam as horas, quando eu respondia frio: são quatro e quinze, sem nenhum resquício de qualquer emoção ou pessoalidade para quem me indagava esta pergunta infeliz e inoportuna. Estava apenas, que é que custa não cutucar a suposta onça com a unha na ferida aberta no céu da boca da mesma? Assim eu queria ser visto: um antipático, antissocial, incrédulo, hibrido, transexual, invisível, chato, inoportuno, imprevisível, doente, ruim, manipulador, frio, metódico, calculista, com dificuldades de adaptação ao meio, detentor de uma serie de doenças cognitivas e fulminantes... em outras palavras: não chegue perto, cachorro raivoso. Mas mesmo assim, um ser advindo das profundezas do quinto dos infernos quis se chegar a minha pessoa. Medi, claro, a repercussão caso eu desse logo a entender que eu não estava ali para qualquer tipo de dialogo. Percebi logo, pelo jeito do mesmo falar que se tratava de um fanho.  Se eu tivesse rejeitado aquele miserável com dificuldades de dicção estaria eu assinando o termo pelo qual viabilizaria a abertura de explosões de xingamentos e olhares fulminantemente recriminadores por estar se recusando a palavra a um irmão. Podem introduzir no orifício da vã ciencia suas formalidades, não estaria ali para adular e muito menos ser adulado, estava ali para simplesmente estar! Veio ele com a seguinte pergunta: “que horas são?” “quatro e quinze” mais rapidamente possível respondi aquela pergunta. Sem me preocupar muito com as expressões faciais, já que pela rapidez já poderia ser notado que seriam poucas e nulas as palavras que seriam trocadas caso se atrevesse a puxar assunto. A sua voz fanha ficou ecoando na cabeça durante alguns segundos, motivo pelo qual eu fiquei atordoado a ponto de saber de onde vinha, de como era produzida, a que altura iria, quais seriam as notas daquela voz que ecoava na minha cabeça, meu Jesus Cristo! Daí olhei-o. um erro na escala cinco onde iria a numeração até quatro. Dei cabimento. Eu olhando para ele significaria inconscientemente que eu estaria de alguma certa forma interessado no mais o que ele tinha a me dizer. Baixei a cabeça em forma de arrependimento, mas ele não percebeu... Logo falou: “é tanta gente né?” respondi: “é o centro da cidade, né? ¬¬”, ele: “fica assim até de noite, né?” “até umas seis, NÉ?”. Ele olha pra  cima e observa  a lua. Estava de tarde mas a lua estava lá sobre nossas cabeças. E, para o meu desespero, ele comenta: “lá em cima é que deve ser calmo...”. Minha expressão facial não foi modificada, mas todos os meus sentidos nesse momento se misturaram numa demonstração interna óbvia de que aquele ser advindo das piores terras das províncias periféricas do quinto dos infernos mexeu com meu eu. Silencio. Eu fiquei com aquela cara de paisagem, ele, com a de lunático (literalmente) por mais meia hora. Neste tempo, as rolas já haviam defecado nele, já havia se limpado e maldito as pobres aves daquela praça. Mas nada que viesse chamar atenção no mais seria suficiente para me tirar daquele estado traumático que eu me encontrava. Então ele se levantou, fez “woohoo” com os dedos e disse um mole: “faloow” e foi embora. Seu andado cauteloso, olhando para os lados, cabelos esvoaçantes, óculos de grau que grudam armações de sol. Blusa branca e cagada, calça jeans desbotada, sapato, não lembro... tive coragem e fui pra casa. Por que eu saí de lá? 

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Um Domingo (Uma mensagem bem humorada, mas justa)


Vamos que vamos! Domingo é sempre o dia mais animado da semana para começar já com uma ironia deslavada. Nunca acontece nada, pois todos já tem a ideia em mente de que no outro dia vai fazer alguma coisa por obrigação, e isso é fato, e concorde comigo. De manhã, aquela preguiça de acordar, tem mais remela que de costume e não é tão necessário assim um banho assim que despertar. Ficamos todos tirando as melecas, remelas na mesa do café da manhã e achando aquilo a coisa mais linda do mundo, coçando o saco e o resto do corpo, pois, não sei se você já notou, dá uma coceira nas costas, na bunda, na barriga, aquele bocejo deliciosamente acompanhado pelo bafo de onça que todos são obrigados a aturar até porque você não é filho duma égua de se lembrar de escovar os dentes tendo bilhões de coisas para contar da noite passada, afinal, como você mesmo falou, seria uma história para ser contada a seus filhos. E que filhos se a história que você protagonizou foi a de se prestar ao papel de amante de todos os disponíveis na festa? Acharia muito difícil "o ter filhos" depois disso, na questão, é claro, da seriedade de pelo menos um dos tantos relacionamentos em questão, até porque relações sexuais não faltaram e nem faltariam caso tivesse ainda a vitalidade e a disposição para mais. O que é mais bonito é a discussão deste assunto na mesa do café, na frente de seus familiares, e você com ainda a cara embriagada, cabelos desgrenhados e um misto peculiar de odores e manchas que não vem ao caso descobrir a origem. Ainda bem que você é jovem, não tem a responsabilidade de representar alguém firme na parte hierárquica da mesa, fora o gato de estimação, o periquito e a louça que você não lavou ontem antes de sair. Você está numa situação deplorável. Nem tomou banho ontem quando chegou, onde já se viu com toda a história de atritos e contatos que se submeteu. Termina, deixando boquiabertos os demais na mesa, afastando o gato e calando o periquito pelas atrocidades que contava, e foi gentilmente, carinhosamente, muito discretamente reavivada a memória da louça de ontem, o que lhe deixou feliz, pois teria contato, quem sabe, com seres de outro planeta, vista a quantidade de peças e de sujeira. Você não viu ainda, portanto, não meça os reclames. E nem tente enrolar dizendo que vai tomar banho primeiro que vai ser pior. Isso no meu tempo era motivo a surras homéricas, motivo de se perder dentes e deserdar metade de toda a metade que lhe garantia por direito da família. Vai lavar a louça sem reclamar, sei que vai ser difícil mas esteja com Deus. Pensa você em logo ir as redes sociais para dizer a todos a quantidade de relacionamentos tivera, motivo inclusive, principal para que sua tarefa seja realizada com mais rapidez e menos eficiência. Daqui a pouco o pessoal está com verme e quem vai levar a culpa? Não você, é claro. Corre e vai logo aos e-mails e senhas e em chats: Nem te conto! Nem te conto Nem te conto! Nem te conto! ctrl+c e ctrl+v dizendo o mesmo discurso com uma série de amigos simultaneamente e se sentindo a pessoa mais descolada de todas. E, por qualquer motivo banal que seja, já vê razão para marcar outra farra nociva a sua dignidade. Já indignados os demais familiares, gato e periquito se opuseram a esta decisão. Mas quem seria louco de se impor dizendo que não, contrariando, não é? Despede-se das redes sociais, avisa num grito que esta sem roupas pra ninguém entrar (mas na verdade não estava, era para não ter nem risco de ter impedimento). E novamente há aquela produção toda para este domingo de tarde. Ficou com a aparência boa? Claro, evidente! Chispa! Carro já estava lá fora e vamos que vamos à praia. Dentro do carro algumas coincidências da noite anterior para olhar com desmedida vergonha e com gozo, até por que teriam culpa da idéia toda que até agora temos meia noção, graças a Deus. Todos com intenções malignas a uma velocidade acima da permitida para a praia, beber feito condenados e pecar, nem digo à Deus, mas também à família, à linhagem, à raça e à humanidade de uma forma geral. Chegam, e logo constatam que vão se dar muito bem pois veem logo outras tantas pessoas dispostas a errarem da mesma desmedida maneira. Separam uma mesa que eu me pergunto para quê, já que nada do que vão ali fazer vai ter algo com aquele sólido depositador de cervejas e vodkas, tequilas, caipirinhas, caipiroscas, wiskis e o mais absurdo: água mineral pois um deles vai ter que passar mal. Já pelas tantas depois de muita depravação, a criatura destinada a bodar, bodou. A criatura destinada a brigar, brigou e as criaturas destinadas a se apaixonarem até que o alcool saia do corpo, se apaixonam e já estava ficando escuro e na hora de se retirarem. Mas pra quê? Está tudo muito bom e deve-se deixar a noite entrar juntamente com repelentes a moral, ética e vergonha na cara. Lá ficaram e tiveram mais histórias para se contar aos filhos, mas não estes que estavam gerando, até porque serão abortados, certeza. E você mais uma vez entra neste estágio de estar super-mais-pra-lá-que-pra-cá e se sentir-se um ícone da sua idade, já que você faz determinadas loucuras. Sente-se uma pessoa descolada e a frente do seu tempo, afinal, tem que se aproveitar tudo o que vier. E nesta juventude, onde se ostenta à flor da pele o que sempre é mais lembrado (a sexualidade), há de se haver ou o juízo ou pelo menos a moderação em algumas práticas. Mas finalmente chegou a hora de ir, e junto deste momento, chega também as dores de cotovelo por deixar na praia a recente pessoa amada. Entra no carro e leva também até a porta um possível amor para a eternidade daquele único momento. A pessoa destinada a desmaiar com coma alcoólico já havia vomitado inclusive nos seus pés, já estava no carro. E vamos que vamos. Todos bêbados de volta, depois de uma farra daquelas, várias conversas e "babados" das pessoas que estavam pegando, de como era o beijo, que um era mais bonito que o outro, que ela fez aquilo, que ele fez isso... Você está numa empolgação que até seria incômoda caso estivessem sóbrias as pessoas que lhe acompanhavam, mas já que as outras também estavam neste mesmo estado, nem percebiam, até porque elas estavam do mesmo jeito empolgadas. E lá se ia o juízo, à esta altura tanto fazia estar onde estivesse, queriam vocês curtir desesperadamente qualquer coisa que aparecesse para ser curtida. E tome velocidade. Você grita alto, heim? Principalmente quando, a 140km/h passa um pesado caminhão na frente e estraçalha qualquer coisa que estivesse a esta velocidade. Um caminhão numa avenida transversal passava e o seu motorista, já que estava aquela velocidade, nem pensou em frear no sinal que estava vermelho e todos vocês já eram. Sabe que do seu corpo pouco restou. Você virou um pacote que, já que estava sem cinto de segurança, foi arremessado a frente, atravessando o vidro e indo à lataria do caminhão que estava lá sem culpa nenhuma, coitado. Foi feio, heim... Os demais passageiros e o motorista também tiveram dolorosas mortes, mas já que eu estava falando com você, vou continuar... depois do seu grito já podia-se ver você flutuando e se misturando aos estilhaços de vidro que voavam, suas pernas quiseram prender no painel do carro, mas não foi muito difícil passar pois num instante ficaram flácidas pelos ossos quebrados. O barulho nem foi curtido pelos outros pois foi tudo rápido, tiveram outros ruídos maiores e cada um tava curtindo o seu próprio barulho de quebra-ossos. Você atravessou "bonito" o ex-vidro do carro e foi direto a lataria lateral do caminhão, chegou até a grudar e ficar alguns segundos, os quais você realmente abandonou o corpo e foi morar na casa do Senhor, antes de cair no chão como um pedaço de carne jogado na jaula de algum bicho no zoológico. Sua cabeça nem quicou no chão, da mesma forma que despregou, caiu, e da forma que caiu ficou. Um peso de papel orgânico, um monte de coisa mole num saco plástico, sei lá. Foi feio: neste meio tempo, claro, seu corpo foi completamente estraçalhado, suas pernas quebraram para poderem ter mobilidade para frente, o que facilitou muito sua saída do carro, o crânio rachou como um ovo, suas costelas, coitadas, foram se conhecer uma por uma... E ainda por cima, lá pelas tantas o carro resolve explodir, mas você já estava muito longe pra ver ou sentir. Se bem que já estava debaixo do caminhão e só sentiu a explosão se acomodou um pouco. Se você estivesse lá, sentiria um cheiro de pêlo queimado que nem te conto... E lá ficaram as vítimas de um acidente bem bonito, onde se poderia repetir para filmar, daria uma bela cena de filme. A ambulância chegou, não sei por que, e testou os sentidos dos menos "churrascos" e levaram os defuntos às rotinas de reconhecimento, exames, tapação, etc. A família chegou para lhe cremar e não reclame, você esta só o resto e faria até vergonha em lhe expor num velório convencional. Colocaram-lhe no forno e tome fogo, precisava ver sua pele cheia de bolhas antes de se tornar charque, antes de se tornar pó.  Seus entes choravam feito uns condenados, só não apareceram o gato e o periquito, ninguém lembrou deles na vinda. No velório mais choro... Salvo por alguns que condenavam veementes o motorista e sua imprudência, sua família no íntimo lhe condenava. Não seria necessária tanta porralouquice. O pior é que todo mundo quando morre vira santo, no seu caso lembravam como assunto a sua mania desvairada de sexo, olha que bonito... Suas várias formas de enganar a todos e sair para as farras. O dinheiro todo gasto à toa, o tempo que perdia enquanto ia a festas, e que por sinal já até não vale mais nada, não é? Ou seja, santificar nada, condenar. Não é porque era seu enterro que o fulano não iria esquecer que você devia um tanto de dinheiro à ele. Nem só isso, você contou o maior segredo da sua amiga ao namorado dela, e você nunca havia contado à sua família que fumava maconha... Nossa, que velório... Ainda bem que virou pó, porque senão ia ficar aí mesmo. Descanse em paz.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Sexo (um negocio aí... kkkkkkkk)


Diferentemente do que determinada igreja prega, tenho minhas próprias conclusões a respeito. Alias não há de se haver conclusões de um assunto inerente à maioria dos seres viventes deste mundo. O sexo não é apenas reprodução, é prazer e é carinho. Mas longe de ser uma definição. O sexo é diferente para cada um, embora exista apenas duas vias convencionais, e mais uma série de “artifícios”, como o final do sistema digestivo, o conhecido cú, boca, e em separado da boca, a língua, orelhas, nariz, pé, dentes, mãos, vibradores (que são apreciados em primeiro plano como o original, em diversos casos). E existem também ramificações de atividades do que apenas a convencional penetrada básica de todo dia que nos dai hoje. Existem as conhecidas preliminares que além de deixar as pessoas envolvidas neste processo, mais no clímax do assunto deixam-nas mais acostumadas que uma vai dar e outra comer.  Nesse processo usam-se línguas(a não ser se um dos ‘dois’ não estiver acostumado com a  ideia de por a boca em determinadas partes que não se sabe a procedência), mãos (ressalvando manetas e pessoas com hanseníase) , seios (excluindo as transas homossexuais masculinas que um ou os dois parceiros tenham se submetido a procedimentos cirúrgicos), e adereços “fetichosos” como fantasias que denigrem a integridade e a moral e objetos fálicos que replica um certo movimento vibratório, além, claro, de algemas, chicotes, armas de paint-ball e imobilizadores de alta voltagem utilizados pela policia. Após um longo ou curto (ou até nenhum) processo de lubrificação de mentes, onde se aprende a não mexer no mamilo pois faz cocegas, ou apertar mais o ovo que deixa mais por mais tempo, ou até começar a falar palavras difíceis ou incomuns como abrupto, inconstitucional, acasalamento copulatório, opíparo, lancinantemente orgástico, e até os convencionais vai cachorro(a) e chupestamerda se começa a penetração propriamente dita (ou não, fica a critério de quem vai receber em muitos casos, como em lésbicas com unhas grandes e passivos gays que se dizem apertadinhos demais para aguentar uma deste tamanho, ou então quando se está em processo “menstruatório”) deixando que um objeto, sabendo-se que pode ser orgânico ou não adentre em suas carnes preparadas ou lubrificadas pelo processo anterior em ritmadas investidas no orifício em questão. Daí de duas uma, quando se trata de um pênis neste vai e vem: goza dentro ou procura vias de acesso mais prazerosos, ou quando não se trata de um, dedos ou vibradores de alto desempenho dão continuidade a safadeza, deixando os envolvidos em um êxtase nostálgico, falando os conhecidos “vai papai”, “vai mamãe”, “Ave Maria”, “Jesus” que eu acho inclusive uma falta de respeito, mas citei... Existem também os que se tornam bilíngues “oh my god dad”; “mamie” e por aí vai... Quando o serviço esta quase concluído, o que esta mais próximo do auge do assunto avisa (ou não) naquela famosa frase: VVOOUU GGOOZZAARR. E então termina o serviço, independente de onde mire ou aperte, ou revire, bata, grite, reze, penitencie, castre, mate, mas sempre sabe-se quando o fim chegou, a não ser nos casos que a hora no motel é cara e dê tempo de ir mais uma. O mais engraçado é o semblante nada envergonhado dos parceiros após esta falta de moral, afinal, se viram em posições nada convencionais e nem ao menos pediram desculpas das palmadas e dos xingamentos proferidos. Vão se...

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

um motivo...


Perguntaram-me: Pra que viver? Sem nenhuma dúvida em mente, respondi: Para que o meu fantasma fique com quem vai ficar depois... As minhas lembranças, ações, brigas e risos ecoados com quem um dia ouviu e presenciou. São esses fantasmas que até eu vejo, que eu quero me tornar... São bons expectadores do que sou e até do que foram refletindo em mim, que vejo o reflexo de boas ações nas minhas próprias. Quando eles passam de um lado para o outro, é que estão indo atrás das novas historias póstumas a serem contadas inconscientemente aos demais que ainda vivos tentam “revivê-las”. E é isso que quero... Eu pra sempre... Pra que viver? Porque sei que vou morrer... E não quero que simplesmente acabe por aí, quero que me torne fantasma nas lembranças e que não seja esquecido, até porque fiz alguma coisa além de preencher o espaço entre conversas, vícios e tempo... E enquanto eu estiver sendo lembrado, estarei vivo, independente se neste mundo ou não.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

A Cura... (Sobre um lance da minha vida)


Sentimentos são muito lugares-comuns para serem descritos com tanta presteza que o convívio ou a confiança que se tem naquela criatura que se dispõe a entregar parte das intimidades que até parecem meio ”intimas” demais. Sentimentos em si se tornam muito clichês, e eu estou sendo clichê demais também aqui falando dessa forma tentando até eu, uma linguagem mais formal pra explicar o inexplicável. Sim! Não dá pra descrever, não dá pra desvendar esta pseudo-sacanagem que é o ser/estar/querer/conseguir estar apaixonado. É um ofício, uma celeuma, martírio.. Um orgasmo doloroso. Uma dor orgástica... Uma sacanagem sem tamanho ao seu nível, já que o solteiro implacável está se tornando um amável permissível... É o abrir de mão da sua vida social caso o seu aspirante queira.. É o abrir mão da vida em questão se o aspirante solicitar veemente, caso o contrário chantagear ao não relacionamento... Aí vem a questão: CARALHO, EU JÁ FALEI QUE ESTAVA APAIXONADO PRA TANTA GENTE!!! Mas aí você pensa, caramba, eu estou gostando de verdade, estou disposto a realmente querer, seria apenas um detalhe caso não rolasse o me justificar, seria o mais fácil, o difícil seria me justificar e me convencer de que TALVEZ não fosse culpa minha esta forma de acabar, mas com a ideia fixa de que eu poderia ter feito melhor... Aquela culpa se instalaria na cabeça de uma forma condenadora, você se veria de uma forma desprezadora, caso estivesse se vendo chorar.. SIM. Lagrimas, por que não? POR QUE NÃO o que? Certeza, isso já apareceu na sua vida e você sabe que chorar é a melhor forma de desabafo até consigo mesmo. Não importa mais o que os amigos que assistiram o arranque desta fase de sua vida disseram só você vai querer saber de si.. Fase egoísta, e, dependendo de como foi, fase egoísta da mesma forma. Isola, desola... Me deixa quieto na minha tentativa de homicídio intima, pois já que eu não tenho, ninguém mais vai ter! Me deixa pensar no que estaria eu perdendo caso houvesse ainda este encosto justificando o meu relacionamento, deixando de lado a minha vida social e minha vida de forma geral, já que me chantagearia caso contrariasse. Minhas tentativas broxadas de suicídio, minha apelação à religiosidade que nunca recorri. Lágrimas lamuriosas à libido interrompida. Era até bom pro meu ego sentir intimidades que ninguém sentia à criatura em questão.. Podia eu cuspir na sua boca, podia eu lamber desvairadamente o que lhe chamava o gênero, podia eu tacar a mão, enfiar o dedo, enfiar a língua e sabia que estava fazendo o correto, sabia do retorno de orgasmos homéricos. Sabia da língua que passeava pelo meu corpo oculto, captando toda a sujeira, descamação, sal, gosto, gozo, suor, pelos que vinham à minha boca... TUDO ERA MEU, TUDO. Quem deveria se enojar era quem tinha a língua, mas não... Afinal não haveria do que se enojar, já que tudo se fazia neste íntimo confiável e era recíproco... Da mesma maneira que vinha ia, e que ia vinha. Somente isto, não.. Quem guarda não só um, nem dois, e nem três segredos, talvez uma série deles, talvez, sendo clichê, fosse quem fosse o segredo em questão. Sendo isso doloroso demais, sendo aquilo prazeroso demais, sendo desta forma íntimo demais, doloroso e prazeroso demais para se inventar parâmetros dentro de um todo na íntima e dolorosa e prazerosa relação entre duas criaturas que TENTAVAM ser uma apenas. O motivo pelo qual não desse sucesso na tentativa? Formalidades. Signo, profissão, ocupação, gosto musical, time, baladas, lugares, amigos, faculdade, renda, cor, sexo, opiniões, numerologia, cicatrizes, amores passados, conta bancária, roda de amigos, bandidagem, uso contínuo de drogas, vícios em sexo, virilidade, submissão... Mas tudo pode ser oposto e ao mesmo tempo igual nas suas próprias e sentidas, explícitas e implícitas diferenças iguais. Uma COISA junta outra coisa e formam uma só coisa mais interessante do que uma apenas isolada, como a sede de sexo e a vontade foder desesperadamente. Fazer amor ou fazer sexo? GOZAR apenas e ver o gozo da sua criatura amada, cálida e não importa o quão lancinante seja sua lembrança daquilo que te deixou suar desesperadamente, importa o tempo que te deixará a marca daquilo que te fez doer de prazer, a unha na pele, a mordida na mão, queixo, língua, sexo... Engole sumos e inspira a expiração. Mas sabe quando o irremediável se nega a ser enrolado e curado? Pois é... Há de se haver uma forma mas não se dá a chance de se fazer até porque o câncer já fez o estrago na confiança, rotina, conversa... e vem a realidade de que a vida a dois pareceria somente sexo e frescura de rabo por estar empolgado a estar disposto a querer casar com uma pessoa disponível a dar, comer, beijar e ser somente seu a ponto de maquiar seus problemas e indecisões sem vestígios nítidos de que não era bem por aí o caminho do seu SENTIMENTO. Aquele momento de que cai a ficha no chão e você se mata pela vergonha que provável que tenha passado, até por que falou muitas verdades e inverdades aspirantes de sua pessoa rôta e desequilibrada, você sabe mais que eu. Aquela pessoa desgraçada está com vários segredos da minha família e do meu viver o diário e o não, o meu eu e o meu seu. O meu sentir e o meu estar e o meu curtir e o meu ser e o meu defeito e o meu viés e o meu...  Deixa pra lá... Aqui se faz e aqui se pagará. Talvez não hoje, talvez não nunca, Mas Um Dia Acontecerá Esta Coisa Que Eu Quero Que Aconteça. Porra, cara, eu que queria tanto, eu que queria não só tanto, queria demais. E eu ainda avisei que era a minha primeira vez que eu me entregava tanto a uma pessoa, independente de quantas eu havia me entregado. Independente da minha forma viciada de me apaixonar inúmeras vezes durante uma festa apenas. Sabe que não foi em festas que lhe conheci, sabe que não me apaixonei por imediato, sabe que eu seria fiel, PRA SEMPRE, na concepção de ATÉ ONTEM. Queria eu ter podido lhe moldar da mesma forma que você me moldou involuntariamente, só você dizer que não gostava do meu cigarro, já abri mão do meu velho CARLTON RED que há anos tragava, sei que é desagradável o hálito de cigarro, e por isso, você nem precisou pedir para eu parar. Porra as suas músicas bem diferentes das minhas e dos meus gostos, eu aceitava e queria pra eu para poder te conhecer melhor. Isso você não viu? Então PRA MERDA VOCÊ E SUA NÃO PERCEPÇÃO. Caramba, eu me esforcei, sabe... Queria você e seus defeitos para mim. Queria você e seu VOCÊ para mim. Queria você e seu eu para mim. Cheguei a dizer EU TE AMO. E o que eu recebi em troca não vale.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Aquele Atropelado (um texto de algum tempo atras)


   Carro passa muito rápido, rápido demais e deixa um sofrido rastro de sangue. Atropela, tatua no meio fio o corpo de um cachorro que ainda vivo, almejava logo aquele fim tão demorado. O motorista, nem ligando para o solavanco que o carro dera, acelerou mais a medida da musica que no volume máximo estourava no interior do veiculo.
   Não se ouviu latido, nem grunhido, nem gemido, som nenhum se ouviu daquele pobre vivente recém-sentenciado a morte. Como se já soubesse do seu destino, não exalou nenhum som daquela pobre garganta, aquele vigor de cachorro vadio estava obsoleto agora. Parecia certamente que aquela alma já sabia o que ia acontecer com ela própria. Não se deu a oportunidade de desviar de se acomodar ou ao menos tentar juntar a outra metade do seu corpo.
   Eu era criança, não sabia da divisão entre a vida e a morte. A partir daquele momento fui reconhecendo que poderia existir dor. Eu havia me aproximado, conseguia distinguir o que sempre havia nos livros de biologia da minha irmã, mas não sentia orgulho pela minha perspicácia, e sim temeroso, ansioso, triste, doía sentimentalmente, culpava-me por não ter brincado com aquele cachorro de rua, um “vira-lata” vagabundo. Aquele cão era livre, era às vezes enxotado, maltratado. Era livre, mas a liberdade dele era ruim, sem proposito algum, talvez apenas este: acabar, morrer.
   Estava no meio de bastante gente, criança curiosa, me traumatizando pelo sofrimento que parecia pular daqueles olhos do cachorro que ansiavam pena, dor, necessidade de compaixão, um desejo que acabe logo tudo aquilo. Os olhos pareciam adivinhar o meu desespero, estava pálido, gelado, estático. Pareceria loucura, mas os olhos do cachorro, além de mostrar toda a dor, me consolavam, me abduzia a aprender mais, por incrível que pareça da vida, daquele momento que me faz até hoje ficar nostálgico, e triste (por que não?!). E um fato bem importante é que se vendo rodeado por curiosos, muitos olhos curiosos, estritou-se em apenas me olhar, com aquele singelo e maltratado semblante com todos este significados, talvez por ter como ultima missão, não roubar um pedaço de carne, nem tirar o sono da vizinhança, mas me ensinar da fortaleza humana, da necessidade de consolo, da fragilidade do corpo da compaixão, do destino.