quinta-feira, 27 de outubro de 2011

A Cura... (Sobre um lance da minha vida)


Sentimentos são muito lugares-comuns para serem descritos com tanta presteza que o convívio ou a confiança que se tem naquela criatura que se dispõe a entregar parte das intimidades que até parecem meio ”intimas” demais. Sentimentos em si se tornam muito clichês, e eu estou sendo clichê demais também aqui falando dessa forma tentando até eu, uma linguagem mais formal pra explicar o inexplicável. Sim! Não dá pra descrever, não dá pra desvendar esta pseudo-sacanagem que é o ser/estar/querer/conseguir estar apaixonado. É um ofício, uma celeuma, martírio.. Um orgasmo doloroso. Uma dor orgástica... Uma sacanagem sem tamanho ao seu nível, já que o solteiro implacável está se tornando um amável permissível... É o abrir de mão da sua vida social caso o seu aspirante queira.. É o abrir mão da vida em questão se o aspirante solicitar veemente, caso o contrário chantagear ao não relacionamento... Aí vem a questão: CARALHO, EU JÁ FALEI QUE ESTAVA APAIXONADO PRA TANTA GENTE!!! Mas aí você pensa, caramba, eu estou gostando de verdade, estou disposto a realmente querer, seria apenas um detalhe caso não rolasse o me justificar, seria o mais fácil, o difícil seria me justificar e me convencer de que TALVEZ não fosse culpa minha esta forma de acabar, mas com a ideia fixa de que eu poderia ter feito melhor... Aquela culpa se instalaria na cabeça de uma forma condenadora, você se veria de uma forma desprezadora, caso estivesse se vendo chorar.. SIM. Lagrimas, por que não? POR QUE NÃO o que? Certeza, isso já apareceu na sua vida e você sabe que chorar é a melhor forma de desabafo até consigo mesmo. Não importa mais o que os amigos que assistiram o arranque desta fase de sua vida disseram só você vai querer saber de si.. Fase egoísta, e, dependendo de como foi, fase egoísta da mesma forma. Isola, desola... Me deixa quieto na minha tentativa de homicídio intima, pois já que eu não tenho, ninguém mais vai ter! Me deixa pensar no que estaria eu perdendo caso houvesse ainda este encosto justificando o meu relacionamento, deixando de lado a minha vida social e minha vida de forma geral, já que me chantagearia caso contrariasse. Minhas tentativas broxadas de suicídio, minha apelação à religiosidade que nunca recorri. Lágrimas lamuriosas à libido interrompida. Era até bom pro meu ego sentir intimidades que ninguém sentia à criatura em questão.. Podia eu cuspir na sua boca, podia eu lamber desvairadamente o que lhe chamava o gênero, podia eu tacar a mão, enfiar o dedo, enfiar a língua e sabia que estava fazendo o correto, sabia do retorno de orgasmos homéricos. Sabia da língua que passeava pelo meu corpo oculto, captando toda a sujeira, descamação, sal, gosto, gozo, suor, pelos que vinham à minha boca... TUDO ERA MEU, TUDO. Quem deveria se enojar era quem tinha a língua, mas não... Afinal não haveria do que se enojar, já que tudo se fazia neste íntimo confiável e era recíproco... Da mesma maneira que vinha ia, e que ia vinha. Somente isto, não.. Quem guarda não só um, nem dois, e nem três segredos, talvez uma série deles, talvez, sendo clichê, fosse quem fosse o segredo em questão. Sendo isso doloroso demais, sendo aquilo prazeroso demais, sendo desta forma íntimo demais, doloroso e prazeroso demais para se inventar parâmetros dentro de um todo na íntima e dolorosa e prazerosa relação entre duas criaturas que TENTAVAM ser uma apenas. O motivo pelo qual não desse sucesso na tentativa? Formalidades. Signo, profissão, ocupação, gosto musical, time, baladas, lugares, amigos, faculdade, renda, cor, sexo, opiniões, numerologia, cicatrizes, amores passados, conta bancária, roda de amigos, bandidagem, uso contínuo de drogas, vícios em sexo, virilidade, submissão... Mas tudo pode ser oposto e ao mesmo tempo igual nas suas próprias e sentidas, explícitas e implícitas diferenças iguais. Uma COISA junta outra coisa e formam uma só coisa mais interessante do que uma apenas isolada, como a sede de sexo e a vontade foder desesperadamente. Fazer amor ou fazer sexo? GOZAR apenas e ver o gozo da sua criatura amada, cálida e não importa o quão lancinante seja sua lembrança daquilo que te deixou suar desesperadamente, importa o tempo que te deixará a marca daquilo que te fez doer de prazer, a unha na pele, a mordida na mão, queixo, língua, sexo... Engole sumos e inspira a expiração. Mas sabe quando o irremediável se nega a ser enrolado e curado? Pois é... Há de se haver uma forma mas não se dá a chance de se fazer até porque o câncer já fez o estrago na confiança, rotina, conversa... e vem a realidade de que a vida a dois pareceria somente sexo e frescura de rabo por estar empolgado a estar disposto a querer casar com uma pessoa disponível a dar, comer, beijar e ser somente seu a ponto de maquiar seus problemas e indecisões sem vestígios nítidos de que não era bem por aí o caminho do seu SENTIMENTO. Aquele momento de que cai a ficha no chão e você se mata pela vergonha que provável que tenha passado, até por que falou muitas verdades e inverdades aspirantes de sua pessoa rôta e desequilibrada, você sabe mais que eu. Aquela pessoa desgraçada está com vários segredos da minha família e do meu viver o diário e o não, o meu eu e o meu seu. O meu sentir e o meu estar e o meu curtir e o meu ser e o meu defeito e o meu viés e o meu...  Deixa pra lá... Aqui se faz e aqui se pagará. Talvez não hoje, talvez não nunca, Mas Um Dia Acontecerá Esta Coisa Que Eu Quero Que Aconteça. Porra, cara, eu que queria tanto, eu que queria não só tanto, queria demais. E eu ainda avisei que era a minha primeira vez que eu me entregava tanto a uma pessoa, independente de quantas eu havia me entregado. Independente da minha forma viciada de me apaixonar inúmeras vezes durante uma festa apenas. Sabe que não foi em festas que lhe conheci, sabe que não me apaixonei por imediato, sabe que eu seria fiel, PRA SEMPRE, na concepção de ATÉ ONTEM. Queria eu ter podido lhe moldar da mesma forma que você me moldou involuntariamente, só você dizer que não gostava do meu cigarro, já abri mão do meu velho CARLTON RED que há anos tragava, sei que é desagradável o hálito de cigarro, e por isso, você nem precisou pedir para eu parar. Porra as suas músicas bem diferentes das minhas e dos meus gostos, eu aceitava e queria pra eu para poder te conhecer melhor. Isso você não viu? Então PRA MERDA VOCÊ E SUA NÃO PERCEPÇÃO. Caramba, eu me esforcei, sabe... Queria você e seus defeitos para mim. Queria você e seu VOCÊ para mim. Queria você e seu eu para mim. Cheguei a dizer EU TE AMO. E o que eu recebi em troca não vale.

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