Aquele terremoto foi o que de pior passou por nossas
vidas... Abalou todas as casas do vilarejo, além de ter levado também alguns
que faziam parte de nosso cotidiano... Arrasou as estruturas internas da casa
como uma doença degenerativa que para ser curada deveria nascer de novo. Fez da
gente marionetes que se moviam forçados ao seu movimento. Derrubou cercas, espalhou
os animais que são independentes como os demônios interiores, onde fizeram o
que bem entenderam nos pastos de outras pessoas, onde seus animais tentavam se
reestabelecer normalmente e pastar na calma de seu único dono. Esmagou nossos
sonhos, sacudiu nossos juízos, desnorteou-nos. Derrubou o que tínhamos nas
prateleiras, o que tínhamos passado muito tempo para que ficassem desta forma
organizadas. Assustou-nos. Corríamos para fora das casas para que assim nada
caísse em cima. Tínhamos que nos preservar, embora o desejo de que tudo ficasse
nos seu lugar falasse alto da mesma forma. Mas aconteceu. Destruiu-nos. Tornou-nos
aleatórios no meio dos escombros. Jamais dê outra noticia assim. Meus pêsames a
você também.
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