segunda-feira, 31 de outubro de 2011

um motivo...


Perguntaram-me: Pra que viver? Sem nenhuma dúvida em mente, respondi: Para que o meu fantasma fique com quem vai ficar depois... As minhas lembranças, ações, brigas e risos ecoados com quem um dia ouviu e presenciou. São esses fantasmas que até eu vejo, que eu quero me tornar... São bons expectadores do que sou e até do que foram refletindo em mim, que vejo o reflexo de boas ações nas minhas próprias. Quando eles passam de um lado para o outro, é que estão indo atrás das novas historias póstumas a serem contadas inconscientemente aos demais que ainda vivos tentam “revivê-las”. E é isso que quero... Eu pra sempre... Pra que viver? Porque sei que vou morrer... E não quero que simplesmente acabe por aí, quero que me torne fantasma nas lembranças e que não seja esquecido, até porque fiz alguma coisa além de preencher o espaço entre conversas, vícios e tempo... E enquanto eu estiver sendo lembrado, estarei vivo, independente se neste mundo ou não.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

A Cura... (Sobre um lance da minha vida)


Sentimentos são muito lugares-comuns para serem descritos com tanta presteza que o convívio ou a confiança que se tem naquela criatura que se dispõe a entregar parte das intimidades que até parecem meio ”intimas” demais. Sentimentos em si se tornam muito clichês, e eu estou sendo clichê demais também aqui falando dessa forma tentando até eu, uma linguagem mais formal pra explicar o inexplicável. Sim! Não dá pra descrever, não dá pra desvendar esta pseudo-sacanagem que é o ser/estar/querer/conseguir estar apaixonado. É um ofício, uma celeuma, martírio.. Um orgasmo doloroso. Uma dor orgástica... Uma sacanagem sem tamanho ao seu nível, já que o solteiro implacável está se tornando um amável permissível... É o abrir de mão da sua vida social caso o seu aspirante queira.. É o abrir mão da vida em questão se o aspirante solicitar veemente, caso o contrário chantagear ao não relacionamento... Aí vem a questão: CARALHO, EU JÁ FALEI QUE ESTAVA APAIXONADO PRA TANTA GENTE!!! Mas aí você pensa, caramba, eu estou gostando de verdade, estou disposto a realmente querer, seria apenas um detalhe caso não rolasse o me justificar, seria o mais fácil, o difícil seria me justificar e me convencer de que TALVEZ não fosse culpa minha esta forma de acabar, mas com a ideia fixa de que eu poderia ter feito melhor... Aquela culpa se instalaria na cabeça de uma forma condenadora, você se veria de uma forma desprezadora, caso estivesse se vendo chorar.. SIM. Lagrimas, por que não? POR QUE NÃO o que? Certeza, isso já apareceu na sua vida e você sabe que chorar é a melhor forma de desabafo até consigo mesmo. Não importa mais o que os amigos que assistiram o arranque desta fase de sua vida disseram só você vai querer saber de si.. Fase egoísta, e, dependendo de como foi, fase egoísta da mesma forma. Isola, desola... Me deixa quieto na minha tentativa de homicídio intima, pois já que eu não tenho, ninguém mais vai ter! Me deixa pensar no que estaria eu perdendo caso houvesse ainda este encosto justificando o meu relacionamento, deixando de lado a minha vida social e minha vida de forma geral, já que me chantagearia caso contrariasse. Minhas tentativas broxadas de suicídio, minha apelação à religiosidade que nunca recorri. Lágrimas lamuriosas à libido interrompida. Era até bom pro meu ego sentir intimidades que ninguém sentia à criatura em questão.. Podia eu cuspir na sua boca, podia eu lamber desvairadamente o que lhe chamava o gênero, podia eu tacar a mão, enfiar o dedo, enfiar a língua e sabia que estava fazendo o correto, sabia do retorno de orgasmos homéricos. Sabia da língua que passeava pelo meu corpo oculto, captando toda a sujeira, descamação, sal, gosto, gozo, suor, pelos que vinham à minha boca... TUDO ERA MEU, TUDO. Quem deveria se enojar era quem tinha a língua, mas não... Afinal não haveria do que se enojar, já que tudo se fazia neste íntimo confiável e era recíproco... Da mesma maneira que vinha ia, e que ia vinha. Somente isto, não.. Quem guarda não só um, nem dois, e nem três segredos, talvez uma série deles, talvez, sendo clichê, fosse quem fosse o segredo em questão. Sendo isso doloroso demais, sendo aquilo prazeroso demais, sendo desta forma íntimo demais, doloroso e prazeroso demais para se inventar parâmetros dentro de um todo na íntima e dolorosa e prazerosa relação entre duas criaturas que TENTAVAM ser uma apenas. O motivo pelo qual não desse sucesso na tentativa? Formalidades. Signo, profissão, ocupação, gosto musical, time, baladas, lugares, amigos, faculdade, renda, cor, sexo, opiniões, numerologia, cicatrizes, amores passados, conta bancária, roda de amigos, bandidagem, uso contínuo de drogas, vícios em sexo, virilidade, submissão... Mas tudo pode ser oposto e ao mesmo tempo igual nas suas próprias e sentidas, explícitas e implícitas diferenças iguais. Uma COISA junta outra coisa e formam uma só coisa mais interessante do que uma apenas isolada, como a sede de sexo e a vontade foder desesperadamente. Fazer amor ou fazer sexo? GOZAR apenas e ver o gozo da sua criatura amada, cálida e não importa o quão lancinante seja sua lembrança daquilo que te deixou suar desesperadamente, importa o tempo que te deixará a marca daquilo que te fez doer de prazer, a unha na pele, a mordida na mão, queixo, língua, sexo... Engole sumos e inspira a expiração. Mas sabe quando o irremediável se nega a ser enrolado e curado? Pois é... Há de se haver uma forma mas não se dá a chance de se fazer até porque o câncer já fez o estrago na confiança, rotina, conversa... e vem a realidade de que a vida a dois pareceria somente sexo e frescura de rabo por estar empolgado a estar disposto a querer casar com uma pessoa disponível a dar, comer, beijar e ser somente seu a ponto de maquiar seus problemas e indecisões sem vestígios nítidos de que não era bem por aí o caminho do seu SENTIMENTO. Aquele momento de que cai a ficha no chão e você se mata pela vergonha que provável que tenha passado, até por que falou muitas verdades e inverdades aspirantes de sua pessoa rôta e desequilibrada, você sabe mais que eu. Aquela pessoa desgraçada está com vários segredos da minha família e do meu viver o diário e o não, o meu eu e o meu seu. O meu sentir e o meu estar e o meu curtir e o meu ser e o meu defeito e o meu viés e o meu...  Deixa pra lá... Aqui se faz e aqui se pagará. Talvez não hoje, talvez não nunca, Mas Um Dia Acontecerá Esta Coisa Que Eu Quero Que Aconteça. Porra, cara, eu que queria tanto, eu que queria não só tanto, queria demais. E eu ainda avisei que era a minha primeira vez que eu me entregava tanto a uma pessoa, independente de quantas eu havia me entregado. Independente da minha forma viciada de me apaixonar inúmeras vezes durante uma festa apenas. Sabe que não foi em festas que lhe conheci, sabe que não me apaixonei por imediato, sabe que eu seria fiel, PRA SEMPRE, na concepção de ATÉ ONTEM. Queria eu ter podido lhe moldar da mesma forma que você me moldou involuntariamente, só você dizer que não gostava do meu cigarro, já abri mão do meu velho CARLTON RED que há anos tragava, sei que é desagradável o hálito de cigarro, e por isso, você nem precisou pedir para eu parar. Porra as suas músicas bem diferentes das minhas e dos meus gostos, eu aceitava e queria pra eu para poder te conhecer melhor. Isso você não viu? Então PRA MERDA VOCÊ E SUA NÃO PERCEPÇÃO. Caramba, eu me esforcei, sabe... Queria você e seus defeitos para mim. Queria você e seu VOCÊ para mim. Queria você e seu eu para mim. Cheguei a dizer EU TE AMO. E o que eu recebi em troca não vale.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Aquele Atropelado (um texto de algum tempo atras)


   Carro passa muito rápido, rápido demais e deixa um sofrido rastro de sangue. Atropela, tatua no meio fio o corpo de um cachorro que ainda vivo, almejava logo aquele fim tão demorado. O motorista, nem ligando para o solavanco que o carro dera, acelerou mais a medida da musica que no volume máximo estourava no interior do veiculo.
   Não se ouviu latido, nem grunhido, nem gemido, som nenhum se ouviu daquele pobre vivente recém-sentenciado a morte. Como se já soubesse do seu destino, não exalou nenhum som daquela pobre garganta, aquele vigor de cachorro vadio estava obsoleto agora. Parecia certamente que aquela alma já sabia o que ia acontecer com ela própria. Não se deu a oportunidade de desviar de se acomodar ou ao menos tentar juntar a outra metade do seu corpo.
   Eu era criança, não sabia da divisão entre a vida e a morte. A partir daquele momento fui reconhecendo que poderia existir dor. Eu havia me aproximado, conseguia distinguir o que sempre havia nos livros de biologia da minha irmã, mas não sentia orgulho pela minha perspicácia, e sim temeroso, ansioso, triste, doía sentimentalmente, culpava-me por não ter brincado com aquele cachorro de rua, um “vira-lata” vagabundo. Aquele cão era livre, era às vezes enxotado, maltratado. Era livre, mas a liberdade dele era ruim, sem proposito algum, talvez apenas este: acabar, morrer.
   Estava no meio de bastante gente, criança curiosa, me traumatizando pelo sofrimento que parecia pular daqueles olhos do cachorro que ansiavam pena, dor, necessidade de compaixão, um desejo que acabe logo tudo aquilo. Os olhos pareciam adivinhar o meu desespero, estava pálido, gelado, estático. Pareceria loucura, mas os olhos do cachorro, além de mostrar toda a dor, me consolavam, me abduzia a aprender mais, por incrível que pareça da vida, daquele momento que me faz até hoje ficar nostálgico, e triste (por que não?!). E um fato bem importante é que se vendo rodeado por curiosos, muitos olhos curiosos, estritou-se em apenas me olhar, com aquele singelo e maltratado semblante com todos este significados, talvez por ter como ultima missão, não roubar um pedaço de carne, nem tirar o sono da vizinhança, mas me ensinar da fortaleza humana, da necessidade de consolo, da fragilidade do corpo da compaixão, do destino.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Tremores....


Aquele terremoto foi o que de pior passou por nossas vidas... Abalou todas as casas do vilarejo, além de ter levado também alguns que faziam parte de nosso cotidiano... Arrasou as estruturas internas da casa como uma doença degenerativa que para ser curada deveria nascer de novo. Fez da gente marionetes que se moviam forçados ao seu movimento. Derrubou cercas, espalhou os animais que são independentes como os demônios interiores, onde fizeram o que bem entenderam nos pastos de outras pessoas, onde seus animais tentavam se reestabelecer normalmente e pastar na calma de seu único dono. Esmagou nossos sonhos, sacudiu nossos juízos, desnorteou-nos. Derrubou o que tínhamos nas prateleiras, o que tínhamos passado muito tempo para que ficassem desta forma organizadas. Assustou-nos. Corríamos para fora das casas para que assim nada caísse em cima. Tínhamos que nos preservar, embora o desejo de que tudo ficasse nos seu lugar falasse alto da mesma forma. Mas aconteceu. Destruiu-nos. Tornou-nos aleatórios no meio dos escombros. Jamais dê outra noticia assim. Meus pêsames a você também.

Bom Dia!!! (monólogo do amanhecer)


Bom dia... Vamos lá, se mexa! Deixa de preguiça! Sabe que horas são? Pois é tá tarde, se vire! Sabe... Ontem à noite recebi uma ligação que não me deixou pregar os olhos. Falava muitas coisas inclusive sobre a gente. Ah você se mexe? O que tem demais eu receber uma ligação? Não digo quem foi! Por que esse seu interesse? O que de mais haveria de ter nessa ligação? Por acaso você estaria me escondendo alguma coisa? Que cara é essa? Não se zangue comigo... É brincadeira, não recebi ligação nenhuma ontem à noite. Mas por que este alarme todo? O que você estaria me escondendo? Desculpa tá?! Mas não tente desconversar. Não venha me culpar, e nem querer contornar a situação, você me olhou com uma cara muito preocupada só por que eu falei que tinha recebido esta ligação. E se eu tivesse realmente recebido, o que você estaria me escondendo, heim? Está você testando a minha inteligência? A minha fidelidade? E agora a minha paciência... O que está acontecendo? Você se calou, bom sinal não é! O que você tem a me contar? Diga-me! Nada? Como assim, NADA? Deve sim ter alguma coisa escondida, desconfio SIM! Como TER QUE CONFIAR EM VOCÊ, depois desta cara? Depois desta conversa? é outra pessoa, não é? Diga-me logo antes que seja tarde! Porra, eu sempre fui tão fiel, eu sempre quis tanto estar com você... Nunca lhe dei motivos para que você desconfiasse de mim. Contei a você tudo o que acontecia em relação ao meu antigo relacionamento, de como foi difícil esquecer, mas que eu tinha encontrado alguém melhor, que me completava mais e que eu sentia mais segurança. E isso você não viu? Que tipo de pensamento quer que eu tenha agora? É claro que é outra pessoa; eu disse que tinha recebido uma ligação que falava algo de nós dois e você logo se alarmou, como se tivesse culpa de um segredo que não queria que eu soubesse. Isso é muito bonito! Quem é? Eu conheço? Não mude de assunto, pois em você está difícil de acreditar ou engolir. Eu sou o quê? Não lhe compreendo? Quem foi que engoliu durante meses ligações que, segundo você, eram de sua família e que depois, somente meses depois, me disse que era um antigo caso? Você pensa que eu não tenho mágoas disso? Para mim nunca foi uma história bem contada, e agora isso? Ah, faça-me o favor, né? Fale-me agora de quem você estaria com medo de que ligasse para cá e dissesse coisas sobre a gente. Quem é? Não vai responder? Como é? Intransigente? Como assim INTRANSIGENTE? Não venha querendo se justificar por um erro meu que aconteceu no começo de nossa relação, certo que não usei minha honestidade na hora, no dia exato, mas você sabe os meus motivos. Quais? A minha insegurança naquele momento com você, eu não sabia exatamente o que esperar da gente, era tão novo, tão bonito que logo pensei que fosse mentira. Mas você não pode usar esta justificativa até por que todas as dúvidas já foram tiradas, eu lhe amo, eu gosto de você, e foi justamente por causa disso que saí das minhas festas, saí das minhas farras para poder ficar contigo. Isso você não vê. Sim, lhe chamo de vez em quando para sair, eu tenho amigos e tinha uma vida social antes de você, não sei se sabe disso ainda. Mágoa? Não entendi... Como é? Esfregando na cara? Porra, eu sou feliz ao seu lado e se eu saí desta vida de farra, é por que eu já tinha minha escolha. Demorou a seu ver, pois pra mim foi no tempo certo. E não tente desconversar, quem era? Não, não está na hora, não. É assim que você me trata? Resolve logo os teus problemas logo de cara! Eu que provoquei? Imagina se eu não tivesse provocado, viveria no engano de conviver todos os dias com alguém que me enganava. Você não está me enganando? Pois o que é isso, então? Quem poderia ter ligado pra que você estivesse se assustado? Quem? Não entendi. Como você ousa dizer isso? Que eu lhe traio? Você me trai com a mesma pessoa que eu lhe traio, que história é essa? Eu não lhe traio. Como você sabe disso? O que está acontecendo? Que peça é esta que você está me pregando? Não conheço ninguém com esse nome! Sim, é um nome comum, eu tenho sim colegas com esse nome, mas não com esta intenção, não lhe traio, o que está passando pela sua cabeça? Não quero mais saber de você me acusar, você não tem provas, mas eu pelo contrário vejo isso em você, você confessa então que tem tido relações com outra pessoa! Não estou mudando de assunto! Hoje eu uso honestidade com você e não negaria de forma nenhuma. Mas como você pode isso? Você está me chamando de homossexual? E ainda me ofende.. Pelo amor de deus, né? Onde você está com a cabeça? Isso já esta passando dos limites. Você tem provas? Quais? Diga-me! Mas, mas... Isso não vem ao caso! Vá trabalhar mais tarde a gente conversa. Está na hora, e eu não quero me atrasar também. Desconversando, eu? Então tá! Explicação? Então tá... Eu conheci esta pessoa por amigos seus, e então houv... Mas vem cá, e você? Que tem a cara de pau de fazer isso? Porra, pra mim é uma aventura sexual e foi apenas uma vez, há pouco tempo, e você? Não é o mesmo sexo e isso sim é traição, Traição deslavada. Quantas vezes? Eu não estou usando a agressão, quem está usando a agressão em alguém é você. Isso tudo me constrange, não queria falar isso com você, pelo menos agora não. Não, omissão não. Zelo. Porra, uma coisa minha, uma curiosidade, uma aventura, como eu já falei. Não mesmo... Peço desculpas. Você pelo contrário, já sabe muito bem o quer e fez o que fez. No seu caso não tem nenhuma extravagância, você gosta disso e foi à procura disso. Muito bem! Como não mudar de assunto se quem traiu aqui foi você?! Eu não... Enfim, isso está me constrangendo demais.. O fato que eu não deveria ter feito isso, e nem você. Eu me arrependo, muito. Não acredita? Não vê sinceridade no que eu falo? Quer que eu fale o que? Que foi maravilhoso, de como foi isso tudo? Você vai me dizer como foi? Não vê verdade? E qual a verdade que você quer ver? A sua verdade que quer que eu fale que eu prefiro este caminho, que eu não lhe amo, que estou com você, mas por pouco tempo, é isso? Claro que isso não é verdade! Eu lhe amo, e não foi isso, esse erro que eu cometi que vai me tirar a ideia de quem eu quero na minha vida... Eu não quero mais saber do que aconteceu, para mim não vale a pena. Não quero mais saber desta pessoa, só quero saber de nossa situação... Poxa, estava indo tudo tão bem, não queria entregar os meus planos a um acaso, uma incerteza... Não queria ter sabido que você fez isso. Não queria mesmo. Muito me magoa o fato de ver você e saber que você está de qualquer forma envolvido num erro meu, e que você também errou, amor. Não quer que eu lhe chame de amor? Mas quem traiu aqui foi você! Não! Eu não considero como traição... Foi só uma vez, e eu não gostei. Não foi o que chegou aos seus ouvidos, como assim? O que chegou então? É mentira! Não acredite, amor! Se você foi capaz de ir para a cama com nós dois em separado, deve ter inventado também mentiras a meu respeito, já que é capaz de sustentar uma mentira dessas! Não acredite... Você preferiria acreditar em mim, que vivo com você ou em quem faz isso o que está fazendo conosco? Não fui eu quem começou! Apenas brinquei, poxa! Não tenho culpa... Mas você também não queira mudar a situação, você me traiu... Cansei disto, vamos trabalhar que é o melhor que fazemos, já estamos nos atrasando. Vai tomar banho... Tá sem roupa é? Humm. Quer companhia? Só a minha companhia... Não, recomeçar não... Desculpa, mas você sabe né? Tenho um pouquinho de mágoa, o zodíaco que diz. Tá certo, amor. O meu celular está tocando? Quem é?

domingo, 23 de outubro de 2011

Sádico. (um texto de 2009)


Se eu continuar acendendo este isqueiro talvez tudo pegue fogo. Sim! Após ter enchido tudo de pólvora, e cada vez mais, daqui a pouco tudo irá pelos ares, águas, fogos, tudo cairá por terra, como dizem... Verdade! Sim! Eu mesmo estou preparando o meu funeral e tudo vai explodir. Inclusive eu. Vou ser consumido pelo que preparo tão cautelosamente e também um tanto inconsciente, assim como são as ações de preencher tudo de combustível. A cada dia, a cada hora, minuto, segundo há a possibilidade de eu acender. Quando vou parar de me ameaçar? Quando eu já tiver consumado o ato de me consumir. Pararei somente assim. Quando já estiver n’algo impossível de se restabelecer. Sim! Erguer-me impossivelmente dos tantos caos que cultivei. Chego a dizer que tanto faz. Que se exploda. Mas livro-me do pensamento de que tudo se explodindo, explodo-me junto naquela velha historia de que se correr o bicho pega e se ficar o bicho come... E sendo assim, irrelevo à possibilidade de afastar o isqueiro ou dissipar a pólvora porque tanto faz. Assim como tanto faz o fato de eu estar escrevendo de caneta azul, somente de cuecas na mesa da sala tomando um café muito doce e que deixa um gosto muito amargo no final, mais pro final da língua. Irrelevante também é o fato de serem 12h00min, numa transição da manhã pra tarde, onde se acorda e se almoça e se prepara para a noite, já que hoje é sábado, 31 de outubro. Oh! 31 de outubro, bruxas! Tanto faz! Sim! Algo de especial? Além, claro de que um mês acaba para começar outro, onde o primeiro dia útil, uma segunda, é justamente um feriado onde se celebra os mortos. Adiantaria a alguma coisa em dizer que lá no quarto é tocada musica eletrônica? Porvir e o futuro? Futuro e o passado? Passado, cadê o presente? Medindo e pesando s minhas inconsciências. Numero ímpar de idade. Numero impar de dedos na mão. Que diminui, como numa contagem regressiva para uma partida, uma largada, se larga do são. Numero par, impar, par (um par), impar (um impar). Ausência. Demência. Clemencia. Insuficiência. Atrito. Somente  girar o que faz parte do que repousa na mão esquerda. Vermelho. Isqueiro vermelho. Olho-o com uma desmedida subestimação proposital, talvez desta forma estaria eu gritando a ele que duvido, duvido! Mas na verdade não. Blefo. Aposto tudo por nada na mão. Ás de copas, valete de ouro, e... Cinco de naipes que defenestro após perceber que nunca sairia desta situação. Minto. A pólvora já me envolveu. A música não cessa. Caneta (nessas horas...) não falha. Acendo o isqueiro e o dirijo ao cigarro que repousava nos meus lábios trêmulos que narravam esta historia. Trago e espero a espera da fumaça sair. A música acaba. Silencio. Absoluto. Brasa queimando, suspiro sussurro. Brasa queimando. Longo suspiro, breve sussurro. Brasa queimando. Breve suspiro.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Um texto de dois anos atras, relembrando, que tal?


Pode até parecer idiotice da mais pueril pureza, portanto. Pode parecer irrelevante ou de nenhuma significação. Pode ser inútil, ou até mesmo sem sentido como uma loucura consentida, até porque só você sabe. Ninguém pode saber, é até constrangedor. A gente não pode ter vergonha até receio, tudo bem, mas aconteceu... É algo íntimo, e até mesmo duvidoso, sou até meio receoso por assim dizer. São aquelas verdades escondidas e até mesmo quem as possui não sabe ao certo o que representam. É estranho, portanto, falar disso; algo que até eu mesmo não sei ao certo o que significaria e por causa disso não posso instaurar tanta confiança, tornando o que sinto algo instável e inseguro, tornando-me consequentemente alguém com estes mesmos adjetivos. Desculpe eu estar talvez até lhe confundindo com algo que até eu não posso explicar. Saberia eu o que pelo menos descobrir ser isto que me aflige?  Seria por acaso amor? Talvez. Talvez até paixão, desejo, vontade, “amor” ou até mesmo mera ilusão. Mas o fato é; tira-me a concentração em dados momentos extremos: o próximo demais e o longe demais. Decerto eu vendo ou não me traz certa inconstância, um medo por assim dizer. Ânsia, medo, receio. O que vê, onde anda, o que quer, aonde vai? Um desejo transformado em necessidade de saber respostas e vontade atenuada de se tornar a resposta. Isso é apreço, isso é desejo, isso seria amor? Embora me sinta ao redor e este redor é de mim, sabendo que não é verdade esta reciprocidade, resta a mim me calar e me recolher às meras ilusões e elucubrações realçadas pelas memorias pueris, nada vis ou pudorizadas, algo sem malicia (nem ao menos isso) sem nada além de meras ilusões. É bom, mas para ser irônico e redundante; é ruim. Bom porque dá prazer. Ruim, pois é incontrolável e desconhecido. Ruim também é, pois talvez isso exista apenas dentro das minhas expectativas. Viver apenas esperando que em algum momento possa acontecer algo que desejaria e na forma desejada. O nome disto é ilusão, mais uma vez dita. Repetição desta palavra não é em vão. Temo que assim seja, não posso saber ao certo se é ou não, até porque é algo que não tem como ser comprovado. É triste viver em função de algo que nem ao certo sei que existe ou que possa ser vivida. E se eu lhe conhecesse poderia ao menos encontrar respostas... Só posso dizer, portanto, um pré-adeus.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

"Pseudoanalogia"


Cigarro aceso, e daí? Vida rolando, e daí? Mundo girando, e daí? Que lhe importa saber disto se todos eles estão no bar, enchendo a cara para fazer besteira se o importante é que não fuma mais aquela marca de cigarro que estão oferecendo pois já está enjoado do cheiro e do gosto? Gosto em cigarros jamais combinou pra você, porém se lembra também que foi com um deste vazios que começou este vicio.. Mesma marca de viciados, aquela forte na medida, mas que representa exatamente a quantidade de desaforos tragados que suporta, afinal, aqueles que descem rasgando, deixando sempre o pigarro chato enquanto fuma, depois aquela sensação estagnada de relaxamento e após o desejo de não ter fumado, pois sabe que vai fazer mal. Em outras palavras, desaforo sentido e engolido, finalização do desgosto do que fez e arrependimento por ter entrado nesta briga, independente se só ou não. Vício em cigarros, vício em vida, vício em mundos...