sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Escola (Parte II)


                Já com o estigma da alfabetização resta aos pequenos se virarem agora com assuntos mais aprofundados como ciências sociais, artes e até religião que tem um livro imenso desses lá nas casas, até porque os pais estudam-no todos os domingos, e muitas vezes são obrigados a estudarem também num lugar onde as pessoas esbanjam o mesmo assunto de forma peculiar. Mas não justificando a boa nota na matéria. Nesta parte existem os namoricos selvagens de não aceitação do oponente, onde qualquer riscada de caneta poderia servir de formação de famílias tenho dita a precocidade atual. O tempo vai passando e os Estudos Sociais se transformam em matérias que tem livros enormes e quilômetros de leituras e então resta aos mais responsáveis e os que aparentemente querem alguma coisa na vida continuarem com o mesmo empenho, ou apenas empurrar a matéria e passar por média.
                Passa-se desta fase bem, até que se deparam com o Ensino Médio para avacalhar  com tudo. Todas as matérias juntas e misturadas (menos religião e artes, o que seria no mais, mais fácil) dentro de três anos (caso não passe a vida inteira repetindo o segundo) para fazer uma prova (terrível por sinal) para decidir se será alguém na vida ou um mero entregador de currículos pela vida toda (ou se tiver sorte e tiver a aparência boa, dedicar-se ao meretrício).
                Até quando se chega no esperado momento (para ser irônico) do vestibular, onde todos os estudantes se movem desesperados entre livros, apostilas, cursos e terreiros de macumba para ver se dá certo de primeira e ter respaldo para cobrar algo aos seus progenitores como por exemplo uma liberdade ilusória de ter o carro no final de semana. Os alunos alvoroçados nas vésperas, uns com quilos de livros nos braços (dito os que querem passar mas se julgam incapazes), os que não estão nem aí (dizem isso mas se arrependem amargamente por não terem estudado mais e menosprezam para não terem o risco da vergonha do resultado negativo), existem os religiosos que dizem que se não passarem agora, será porque Deus não queria naquele momento (mas não levam em conta que tiveram a mesma educação que os demais que passam), enfim, existem as justificativas ao fracasso se houver, cada um com sua. Mas se passam é a felicidade completa por se tornarem bichos e um prazer orgástico em ser pintado com tintas guache para pedirem dinheiro no sinal, o que seria um presságio dita a vida acadêmica, e quiçá profissional.
                Quanto a faculdade, existem sempre as “primeiras vezes” de toda a atividade que era dita até então ilícita (falo dos que nunca tiveram praticas libertárias e criminosas como o trafico, por exemplo), e existem também o que descobrem na sexualidade alternativa, a única sexualidade existente por meios cirúrgicos. Sempre há a reclamação de trabalhos excessivos (inclusive no primeiro dia de aula) e o pensamento de que já passaram pela fase de ter trabalhos para fazer, afinal, isso é coisa de fundamental, mas sempre cedem ao professor da cadeira, afinal, é ele quem manda. Existem os que se destacam na multidão pensante, mas são raros (quantas pessoas formadas no mundo e quantos gênios?).
                Livrados das matérias acadêmicas e fundamentais, frisam em aprender o que o nome do curso sugere, mas nunca seria possível o aprendizado praqueles que estariam nas calouradas e festas promovidas pelas pessoas da mesma idade e com o mesmo desejo de ver o destroço ético. Mas passam, pra baixo todo santo ajuda. Passam quatro, seis, sete mais estágio (ou a vida inteira) pra terminar (digo terminar e não concluir pra se ver a querência de tal atividade) a faculdade, para simplesmente não se viver de acordo com o conhecimento adquirido. Um advogado passa a vida na sala de aula e quando termina a faculdade vai lecionar historia. Um doido da matemática (quem faz faculdade disso?) se forma e vira musico coletor de verbas voluntarias numa praça. Um médico se forma e vai pra etiópia servir de janta. Um músico se forma e vai dar aulas de pré-vestibular (continuando o ciclo). Um químico de boa aparência vai às praças vender pedaços de corpos humanos. E o corpo do físico pode muito bem ser vendido morto ou vivo pelo químico para o advogado maricona casado com o matemático que morria de ciúmes do médico com o negão. Tenso.
                Mas estão aí as possibilidades de uma vida estudantil independente de qual adjetivo que eu coloque, além, claro, da certa. 

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